História

From Tibia Tactics Knowledge Base

Genesis - segundo Knightmare

O Despertar dos Deuses

O surgimento dos Deuses e as primeiras tentativas de criar algo no vazio

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No começo havia somente um grande vácuo¹. Que estava em todo lugar e em lugar algum.

Neste vazio, duas entidades poderosas apareceram, entidades que eventualmente seriam conhecidas como os deuses anciões: Fardos, o Criador, e Uman Zathroth, que combinava em si mesmo duas metades diferentes. Uma dessas metades era Uman o Sábio, um deus bondoso que foi presenteado com um intelecto divino, enquanto Zathroth o Destruidor era sua metade perversa. Estas eram as duas metades de uma mesma entidade enigmática, e mesmo cada uma destas metades sendo perfeitamente capaz de agir por conta própria independente da outra, independentes elas não eram. Elas foram unidas por um laço eterno que não poderia ser quebrado, e seus destinos são um.

Ninguém sabia de onde os deuses anciões vieram, ou se eles sempre existiram e eventualmente acordaram no berço do infinito. Mas em algum momento eles decidiram criar um universo. Certamente Fardos foi quem iniciou tudo, pois ele é guiado por uma necessidade de dar vida. Ele estava sobrecarregado com um poder criativo e impaciente para liberá-lo, então ele adentrou na existência e começou a liberar seus poderes. Porém nenhuma de suas tentativas de criar tivera sucesso. Todas as suas criações foram engolidas pelo vácuo antes mesmo de serem completadas, e nenhuma sobreviveu.

Uman Zathroth observou cuidadosamente as realizações de Fardos. Uman era sagaz, e possuía incríveis poderes mágicos. Mais importante, porém, ele era guiado por uma insaciável fome de conhecimento e iluminação. Em sua essência era semelhante a Fardos trabalhando abertamente e logicamente, o domínio de Uman era um mundo de mistérios. Ainda assim, ele que compartilhava com Fardos o interesse na criação, enquanto sua metade sombria Zathroth estava essencialmente corruptiva. Zathroth era um deus presunçoso que percebia que seus poderes criativos eram pobres. Por isso olhava para o trabalho de criação de Fardos com inveja, e desde o início ele planejava impedir ou, ao menos, corromper de qualquer forma que pudesse o trabalho de Fardos. Fardos, que nada suspeitava, pediu o auxílio de Zathroth na criação porque ele aceitava o fato de que sozinho não era capaz de terminar a criação, é claro que Zathroth recusou. Uman porém aceitou ajudar. E a partir daí ele e Fardos trabalharam juntos no grande projeto que era a criação.

Infelizmente, seus esforços combinados não tiveram mais sucesso que antes, tudo o que Fardos e Uman criavam era engolido pelo vácuo assim que começava a existir, e os dois deuses tristemente viam suas criações escorrer como água entre seus dedos. Por outro lado Zathroth que observava seus esforços com desconfiança e raiva contida, ridicularizou os esforços de Uman e Fardos. Entretanto sua alegria transformou-se em surpresa e raiva quando notou que algo estranho estava acontecendo, algo que nem Uman nem Fardos esperam. Nesse dia ninguém sabe o que aconteceu exatamente, talvez o poder gasto na criação atraiu outra entidade do vácuo, ou pode ser que simplesmente acordou uma outra entidade divina de seu sono. Alguns ainda dizem que de um modo misterioso, o poder gasto por Uman e Fardos criaram uma nova entidade. Seja qual for a verdade, uma nova deusa saiu do vácuo como uma sereia recém-nascida de sua concha. Os deuses anciões maravilhados assistiram àquela beleza divina com grande admiração. Pois tudo nela estava em perfeita harmonia. Eles concordaram em chamá-la de Tibiasula. Zathroth porém se consumia em ódio silencioso. Mas astuto como era, escondeu bem seu ressentimento e fez parecer que partilhava da mesma alegria dos outros deuses anciões.

A Grande Criação

A criação do tempo e o nascimento dos elementos após uma terrível tragédia

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Em sua divina sabedoria Uman percebeu que Tibiasula poderia ser uma poderosa aliada no projeto de criação, e logo a convidou para se juntar a Fardos e a ele no grande trabalho que estavam fazendo antes do nascimento de Tibiasula, ela que estava intrigada com a idéia da criação, foi facilmente convencida. Então passou a existir três criadores onde, antes havia somente dois. Juntos eles trabalharam com um vigor renovado, porém, desta vez, seguiram um caminho diferente. Uman percebeu que alguma coisa estava faltando, um ponto fixo, um fundamento firme, de onde a criação pudesse ser tirada. Sem isso não havia condições de gastarem suas forças, e todos seus esforços seriam novamente em vão, então Uman inventou o Tempo! Ele sabia que se o vácuo fosse colocado em movimento e submetido ao eterno fluxo do tempo, seria muito mais fácil concentrar seus poderes divinos. Primeiramente o tempo deveria ser criado. Para esse fim, todos os deuses combinaram seus poderes. Até mesmo Zathroth, a metade malvada de Uman que abertamente desprezava a criação, estava fascinado com a idéia do tempo, e ele aceitou ajudar os outros deuses anciões em seus esforços. Ele aceitou prontamente, mas os outros deuses não sabiam o que ele tinha observado desde o início: que o tempo segurava a semente da destruição. Ele entendia que um mundo que estava sujeito a passagem de tempo estava condenado a perecer lentamente, e foi por isso que ele aceitou trabalhar junto neste projeto da criação. E então todos os Deuses anciões trabalharam juntos combinando seus poderes no vácuo. E quando finalmente uma imensa espiral tomou forma no vácuo, a coluna de cristal do tempo que seria o fundamento de toda criação foi formada, os deuses festejaram, porém Zathroth alegrou-se ainda mais do que fez porque sabia que agora toda criação seria corrompida de uma maneira que nunca poderia ser desfeita.

Zathroth se opôs a idéia da criação todo o tempo, ele secretamente planejava sabotar o plano dos outros deuses anciões através de quaisquer meios necessários. Com essa finalidade ele ajudou na criação do tempo, e esta foi a razão que pela qual ele finalmente decidiu matar Tibiasula. Ele guardava rancor dos outros deuses anciões desde que Tibiasula fora criada, porque ele odiava ter que dividir seu status divino com mais uma entidade. Porém seu desgosto se transformou em ódio quando ele viu Tibiasula preencher o espaço que ele, Zathroth, havia deixado quando se recusou a participar da criação. Finalmente ele pensou o impensável. Ele secretamente criou uma adaga com grande poder onde colocou toda sua raiva e poder destrutivo, uma arma apropriada para matar um deus. Então pôs-se a esperar o momento perfeito. E breve esse momento chegaria, num dia fatídico, quando os outros deuses estavam exaustos de trabalhar no término da monumental coluna do tempo, Zathroth usou essa oportunidade e foi ao encontro de Tibiasula. Inocente e completamente desavisada das ações maliciosas de Zathroth, Tibiasula foi uma presa fácil. Zathroth cravou a lâmina em seu coração com toda a força que ele podia ter. Mortalmente ferida a deusa caiu no chão, e de seus ferimentos sangravam os elementos do fogo, água, terra e ar – os componentes de seu divino ser totalmente sem harmonia graças à vergonhosa ação de Zathroth.

Quando os Deuses Anciões souberam desta traição, Uman e Fardos ficaram chocados. Eles tentaram reviver Tibiasula, esperando que ela não fosse sugada pelo vácuo, de escapar de suas mãos como suas primeiras criações. Quando tudo mais parecia falhar, surgiu então um plano desesperado: decidiram fazer uma poderosa magia, que iria fundir o corpo de Tibiasula com a Coluna do tempo. Zathroth gargalhou em triunfo, mas dessa vez ele cometera um erro, porque não ouviu as palavras de Uman e Fardos, ele perdeu a única chance de aprender o segredo da criação, um segredo que estaria escondido dele para sempre. Uman e Fardos porém não conseguiram conduzir os elementos de volta a sua harmonia, mas ao invés disso eles conseguiram fazer algo totalmente novo: A primeira genuína criação.

O Nascimento Dos Elementos

Os frutos da união dos Deuses com os Elementos.

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Então chegou o tempo em que Tibia, o núcleo vivo de toda criação, nasceu, era derivado do elemento terra e Sula, o mitológico oceano batendo delicadamente contra as praias de Tibia, foi criado do elemento água. O ar espalhou-se sobre toda criação como um cobertor protegendo a terra, enquanto o fogo esteve no fundamento, aquecendo a terra com suas chamas eternas. Finalmente todos os elementos colocaram-se em seus lugares no mundo, e cada parte individual da Deusa (Tibiasula) estava brilhando com energia divina! Infelizmente, porém, estavam todos impetuosos e selvagens, direcionadas por seus impulsos naturais. Estava claro que nenhum deles havia adquirido o espírito gentil de Tibiasula – a harmonia havia sido destruída para sempre. Porém, Uman e Fardos não desistiram. Eles decidiram criar algo novo a partir dos elementos, algo que lembrasse Tibiasula ou pelo menos honrasse sua memória. Por muitas eras eles estudaram os elementos, até finalmente fazerem uma importante descoberta – os elementos carregavam consigo a semente de novas criações, sementes que iriam frutificar se um dos Deuses Anciões se unisse com os elementos. E assim aconteceu que os Deuses finalmente descobriram o segredo da vida.

Fardos fez a primeira tentativa. Ele uniu-se ao elemento fogo, e o fogo deu-lhe dois filhos: Fafnar, uma filha e Suon, um filho. Logo esses dois novos deuses ocuparam seus lugares de direito na criação. Eles escolheram viver no céu que se estendia sobre a terra. E assim aconteceu que dois sóis subiram acima da criação para iluminar toda a terra. Infelizmente, porém, os dois irmãos eram muito diferentes em caráter, e não se deram muito bem. Enquanto Suon era calmo e prestativo, sua irmã Fafnar era selvagem e impetuosa, ela infestava o mundo com suas chamas tórridas². Finalmente, Suon perdeu a paciência com sua irmã. Ele atacou-a e uma furiosa luta seguiu-se. Nesse combate Suon prevaleceu pois era mais forte que sua irmã, então Fafnar seguiu em fuga através do céu tentando chegar em segurança ao submundo onde o fogo, sua mãe elemental, vivia. Porém Suon seguiu sua irmã até mesmo em seu refúgio no submundo, então Fafnar, fugiu novamente cruzando o céu. Suon continuou sua implacável perseguição, e ele assim o faz até hoje. Esta é a razão pela qual a cada dia ambos os sóis desaparecem no horizonte por um tempo, fazendo a terra cair na escuridão.

Agora Uman tentou sua sorte. Ele uniu-se a terra, que conhecemos como Tibia. E a terra deu-lhe Crunor, o Senhor das Árvores. Este Deus era cheio de graça e vitalidade, assim como Fafnar, sua prima caprichosa. Crunor amava sua própria forma, mas ele era mais sábio que ela (Fafnar) e muito mais modesto. Ele logo se tornou um criador de coisas vivas, porque ele foi inspirado pela criação e pela milagrosa dádiva da vida. Ele fez as plantas a sua própria imagem e colocou-as sobre o corpo da mãe Tibia, até elas cobrirem toda a superfície com um lindo vestuário.

Fardos então uniu-se com o ar e deram vida a Nornur, o Deus do Destino. Nornur invejava a magnífica forma de Crunor, porque ele havia herdado a forma frágil e delicada de sua mãe (o ar), e de fato seu corpo tinha apenas mais substância que uma nuvem passageira ou uma canção ao vento. Ele pediu ao seu criativo primo para ajudá-lo a conseguir um corpo sólido para si, mas não importa quão duro ambos tentaram, eles não encontraram uma solução. Nornur sempre seria o que fora no início, um deus etéreo, a sombra de uma sombra.

Para o consolo de seu primo triste, Crunor sugere a Nornur, que ele devia ao menos criar alguns seres vivos pertencentes a ele para que ele pudesse se manifestar em seus servos. Então foi assim que as aranhas vieram ao mundo, essas criaturas frágeis podem tecer teias de grande beleza, frágeis e flexíveis, essas delicadas teias lembravam Nornur em sua forma etérea.

Finalmente, Uman uniu-se com Sula, o mar, e nessa hora Bastesh, a Soberana dos Mares, foi concebida. Ela era excessivamente bela, e Uman e Fardos ficaram tristes quando a viram, por ela lembrar-lhes Tibiasula, a ancestral divina de Bastesh. Mas, infelizmente! Sua beleza não duraria, quando Fafnar, a vaidosa deusa-sol, observou Bastesh, explodiu em ciúmes e atacou-a com toda a fúria de seu orgulho ferido. Cravou profundamente suas flamejantes garras no delicado corpo da deusa recém-nascida, e se não fosse pelos outros Deuses ela a teria despedaçado. Esse foi o momento em que Suon decidiu punir sua irmã por seus crimes, e como uma punição justa ela foi sentenciada a continuar seu voo eternamente, fugindo da fúria de seu irmão através dos céus de Tibia. Bastesh, entretanto, nunca se recuperou totalmente dos terríveis ferimentos infligidos pela sua ciumenta prima. Sua beleza havia sido arruinada quase imediatamente após ela vir ao mundo, mas pior ainda eram as cicatrizes que ela levava dentro de si. Ela cresceu sendo tímida e melancólica, preferindo a solidão silenciosa do oceano cujas águas salgadas, dizem ser, por suas incessantes lágrimas. No entanto, embora ela raramente se comunique com o mundo exterior sua presença foi revelada por uma abundância de criaturas marinhas que logo vieram a povoar o oceano.


As Primeiras Criaturas

O plano de Zathroth para arruinar a criação e as terríveis criaturas de Brog.


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Zathroth observava o progresso da criação com ira e desgosto. Se ele tivesse os meios, ele teria destruído a criação naquele exato momento, no entanto, ele sabia que lhe faltava o poder para fazer isso, especialmente agora que Fardos e Uman estavam cientes de suas intenções e o vigiavam constantemente. Ele tinha que recorrer a outros meios de trazer ruína a criação. Foi por esta razão que ele observou o conceito da vida com grande interesse, porque ele previu claramente que um monte de prejuízos poderia ser feito com isso. Assim como ele repugnava a maioria dos deuses que haviam criado, houve um que chamou sua atenção. Os instintos básicos de Fafnar e seus poderes destrutivos não falharam em impressioná-lo, e então um plano lhe veio a mente, ele a bajulou com elogios e logo obteve sucesso em seduzi-la. Assim Brog, o Feroz Titã, foi concebido. Uma abominação extremamente feia que tinha apenas um olho em sua enorme cabeça, Brog havia herdado um pouco da astúcia de seu pai, mas nada de sua cautela, ainda que fosse forte e ameaçador, e o coração ardente de sua mãe queimasse selvagemente dentro dele.

Enquanto crescia, Brog sofria com o fogo que queimava em seu interior, até que um dia, quando isso cresceu de maneira insuportável, ele invocou todos os seus poderes mágicos e liberou o tanto quanto pode da dolorosa chama sobre o mundo. O fogo abrasador misturou-se com sua fúria, e disso surgiu Garsharak, o primeiríssimo dragão, que mais tarde procriou uma raça inteira de lagartos gigantes e inteligentes, uma raça que viria a trazer terror e caos a Tibia. Brog observou a terrível criatura que havia criado certamente por acidente, ele alegrou-se ao ver o quão feroz e poderosa era ela. Ainda que fosse estúpido, ele também possuía o dom de criar vida, com o qual em um ato de vaidade criou os ciclopes a sua própria imagem.

Zathroth observou os experimentos de Brog com grande interesse. A muito que ele não guardava seu filho em alta estima, mas aqui estava algo para o que ele reconhecidamente tinha algum talento. Mesmo que não entendesse as leis da vida por si mesmo ele sabia que o dom de Brog poderia provar ser um grande trunfo. Ele chamou seu filho e falou para que prosseguisse com seus experimentos, incitando-o a criar algo mais terrível e destrutivo do que ciclopes. Mesmo que estes gigantes fossem fortes e ferozes, eles não eram tão destrutivos quanto ele queria que fossem. De fato, devido ao seu amor pela mineração e pela forja os ciclopes eram uma raça mais criativa do que destrutiva. Pior, eles não estavam se propagando rápido o suficiente para torná-los uma ameaça real a criação. Por essa razão Brog criou os trolls e os goblins, raças que eram mais fracas que os ciclopes, mas propagavam-se muito mais rápido. No entanto, sua indiscutível obra-prima foram os orc, uma raça de guerreiros terríveis e decididos que viviam apenas para expandir e conquistar. Logo os orcs espalharam-se por toda Tibia, e eles eram o flagelo de tudo que estava vivo.


A Era do Caos

O início da era dos dragões, a maldição dos mortos-vivos e a guerra de corpos.


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Uman olhou com tristeza para o dano que sua metade má havia causado para a criação na qual Fardos e ele haviam trabalhado tão duramente. Ele sentiu que Zathroth havia finalmente ido longe demais. Em seu desespero ele voltou-se para Fardos para aconselhar-se. Juntos eles decidiram que seria melhor romper o vínculo entre Uman e Zathroth de uma vez por todas. Eles concentraram-se nesta tarefa com grande energia, e seus esforços logo pareceram ser coroados com o sucesso. No entanto, quanto mais fraca a ligação entre Uman e Zathroth ficava, mais fraco o próprio Uman tornava-se, e no fim eles perceberam que a dualidade não poderia ser separada sem colocar em perigo a própria existência de Uman. Por fim a tentativa foi interrompida. Uman teve de aceitar o fato de que a dualidade entre Zathroth e ele não poderia ser quebrada, que seus destinos e de fato suas próprias existências estariam interligados por toda eternidade.

Entretanto os esforços de Uman e Fardos não ficaram totalmente sem consequências, durante a tentativa frustrada de separar os deuses duplos uma partícula separou-se deles, esse pequeno fragmento cresceu e expandiu-se até tomar a forma de uma criatura consciente. Neste momento Kirok, o Louco, nasceu. Devido a sua peculiar descendência este estranho deus tinha uma natureza distorcida ou, como alguns dizem, esquizofrênica. Ele havia herdado a mente criativa de Uman e sua natureza inquisitiva, de modo que tornou-se o deus patrono de todos os que seguem o caminho das ciências e pesquisas. Entretanto a característica mais famosa de Kirok era seu perturbado senso de humor. Ele adorava brincadeiras engenhosas e de mau gosto, e essa característica peculiar fez dele o favorito entre os bardos, bufões e todos os tipos de pessoas suspeitas.

Enquanto Fardos e Uman trabalhavam arduamente em seu feitiço, servos de Zathroth passaram a destruir a preciosa criação dos deuses anciões, e a devastação continuava sem pausa. Parecia que o mundo inteiro estava condenado a perecer. Porém, alguns dos deuses menores cansaram de estarem estáticos enquanto sua amada Tibia era devastada. Eles decidiram erguer resistência contra as temerárias hordas. Bastesh, a Soberana do Mar, criou criaturas imensas e misteriosas que eram tão ferozes quanto graciosas, e ela povoou seu amado oceano com elas para garantir que os servos de Zathroth nunca poluíssem suas puras águas. Mas havia pouco que ela pudesse fazer por seus primos que viviam em terra seca. De todas as suas criaturas as únicas que sobreviveram em terra eram as ágeis e venenosas serpentes. Crunor e Nornur também criaram seres para lutar contra as hordas de Brog e Zathroth: Crunor, o Senhor das Árvores, criou ferozes lobos, enquanto Nornur equipou suas amadas aranhas com veneno mortal para torná-las mais poderosas.

Entretanto, mesmo com todos os esforços, os deuses não puderam criar criaturas que fossem páreo para as cruéis e bem organizadas hordas que perambulavam pela terra. Os esconderijos dos lobos e o exoesqueleto quitinoso das aranhas não puderam resistir ao aço das lâminas dos orcs, e para cada troll derrubado por veneno surgiam outros dois para tomar o seu lugar. No final as crianças dos deuses recuaram para áreas fáceis de defender: os lobos desapareceram nas profundezas das florestas, enquanto as aranhas esconderam-se profundamente nas cavernas. Lá eles continuaram suas lutas, defendendo seus reinos contra o ataque violento do inimigo superior. Essas pequenas bolsas de resistência eram os únicos santuários em um mundo que afundava cada vez mais no caos. E o pior ainda estava por vir, agora os dragões sentiram que havia chegado a hora de tomar o que lhes era de direito!

Por séculos eles se propagaram e expandiram em silêncio, despercebidos por todas outras criaturas. Mas agora que Garsharak, o primeiro e mais forte de sua raça, enviou-lhes ao mundo eles não conheceram nem controle nem misericórdia. Os exércitos órquicos foram derrotados pelas implacáveis chamas do fogo mágico dos dragões, e logo essa orgulhosa ainda que bárbara raça, que até então não conheciam o significado da palavra derrota, foi levada ao abrigo de acampamentos subterrâneos. Seus aliados, os poderosos ciclopes, não se saíram melhor. Embora eles tenham obtido uma série considerável de vitórias usando suas poderosas armas e armaduras, eles também tiveram de render-se ao poder superior dos terríveis dragões. Juntaram-se aos seus antigos aliados, os orcs, e seus primos fracos, os trolls, em seu exílio subterrâneo. Suas orgulhosas cidades que haviam sido construídas ao longo dos séculos foram queimadas e postas ao chão, e suas renomadas forjas foram perdidas para sempre.

Assim os dragões assumiram o controle da terra, mas a guerra estava longe de acabar. Seus amargos inimigos, ciclopes e orcs, ressentiram-se do seu aprisionamento nas entranhas da terra, e eles continuaram a luta de seus esconderijos subterrâneos. E de fato os dragões, que já haviam enfraquecido durante as batalhas anteriores, sofreram sérias perdas. Mas agora a guerra também estourou entre os antigos aliados, visto que ciclopes e orcs competiam por comida e espaço em suas residências subterrâneas. E já que nenhum dos lados era forte o bastante para superar os outros a guerra continuou com força total, e todas as raças sofreram muito no conflito épico. A terra foi coberta de cadáveres e parecia que a vida seria extinta da face de Tibia quando a perda de todas as raças envolvidas crescia dia após dia. Era como se a vida se afogasse em corpos mortos.

Os deuses anciões assistiram a batalha cataclísmica que se seguia. Eles não sentiram pena daqueles que foram mortos porque pouco se importavam com as criaturas de Zathroth, mas eles sabiam que algo estava faltando, que alguém cuidasse dos corpos e almas desses que haviam deixado de viver. Começaram a procurar por uma solução, e finalmente Uman propôs que um novo deus deveria ser criado, um deus que providenciaria cuidados para os mortos. Eles decidiram que a terra, que de certa forma foi doadora da vida, deveria ter parte em tomá-la de volta, e que Uman deveria ser o pai do novo deus. Mas, que descuido! Os deuses anciões não foram tão cautelosos quanto deveriam, e então Zathroth, o Destruidor, soube de seus planos muito cedo. Ele estava fascinado pela ideia da morte desde o início, porque ele viu nisso uma nova chance de trazer mais caos e destruição ao mundo. Logo ele arquitetou um plano cruel. Zathroth fingiu ser sua boa metade Uman para enganar a terra, e com isso gerou um outro deus: Urgith, o Mestre dos Mortos-vivos. Essa horrenda divindade era devotada a morte assim como os deuses Uman e Fardos tinham em mente, mas ele não era o benigno guardião dos mortos que eles haviam vislumbrado. Em vez disso, Urgith era um deus cruel que empenhou-se em infundir os corpos dos mortos com energia profana, condenando-os a um estado que não era nem vida nem morte. Assim, o momento do nascimento de Urgith marcou também o início dos morto-vivos.

Logo inúmeros mortos-vivos vagavam pelo mundo. Afinal, Tibia ainda estava coberta por incontáveis corpos de orcs assassinados, ciclopes e outras criaturas - herança de muitos anos de guerra incessante. Estes cadáveres proviam Urgith com o campo de recrutamento ideal, e ele avidamente transformou todas as carcaças em que pode colocar as mãos em seus repulsivos servos. Os deuses assistiram horrorizados enquanto um novo flagelo devastava sua amada criação. Eles apressaram-se em finalmente por seu plano inicial em prática, e Uman uniu-se com a terra para gerar Toth, o Guardião das Almas. Seria sua missão guiar com segurança as almas dos mortos para o outro mundo, onde eles iriam seguramente descansar na paz de um sono eterno e sem sonhos, enquanto os vermes, seus fiéis servos, aglomeravam-se para devorar seus corpos que dispersavam-se pela face de Tibia. Mas o mal já estava feito, e mesmo Toth e seus servos fazendo o melhor que podiam, as medonhas criações de Urgith continuavam a vagar pela terra. Todas as outras criaturas, já muito enfraquecidas por suas guerras sem fim, apresentaram pouca resistência ao novo inimigo que crescia em força com todos os prejuízos que sofriam. Parecia que Tibia estava condenada para sempre a ser um mundo habitado pela morte viva.

Os deuses anciões olharam para o que havia acontecido ao seu mundo, e seus corações encheram-se de tristeza e ressentimento. Eles sabiam que se não agissem naquele momento Tibia estaria condenada a se tornar um cemitério, e então começaram a procurar uma solução. Finalmente concordaram em tentar criar uma raça consciente de si mesmo, uma raça que seria forte o bastante para assumir a luta contra as hordas que devastavam seu amado mundo. E então eles criaram uma raça (a primeira com consciência) e enviaram a Tibia. Mas, ruim novamente! Os subordinados de Urgith eram muito fortes. Sua raça foi derrotada em uma geração, e foi varrida da face de Tibia. Então Uman e Fardos criaram raça após raça, e raça após raça foram massacradas pelas cruéis abominações que Urgith havia lançado no mundo. A maioria dessas raças desapareceu da face de Tibia para sempre, deixando pequenas lendas melancólicas e misteriosas ruínas. Hoje, esta triste época que é comumente conhecida como a Guerra dos Corpos é basicamente envolta em mistérios, e as infortunadas raças destruídas nela são agora conhecidas como os anciões.

Entretanto, nem todos os anciões foram eliminados no furioso conflito. Pelo menos duas das raças criadas pelos deuses anciões no decorrer desse confronto épico de alguma forma escaparam da destruição e sobrevivem até hoje. Um deles são os elfs, delicadas criaturas que podem manejar arcos e instrumentos musicais com a mesma perícia. Os outros são os dwarfs, uma valente raça de talentosos mineiros e ferreiros. Ambas raças lutaram bravamente, mas ambas tiveram de render-se ao cruel poder de seus inimigos, e foi apenas fugindo para a segurança de refúgios que eles conseguiram sobreviver. Os elfs após muitas privações procuraram abrigo na impenetrável profundeza das florestas, enquanto os anões entrincheiraram-se em suas impenetráveis fortalezas profundas nas montanhas de Tibia. Lá, essas raças aguardaram por tempos melhores, amargamente lamentando o cruel destino que os havia mandado neste terrível mundo. Mas ao menos eles haviam sobrevivido. Todas as outras raças anciãs foram aparentemente condenadas ao esquecimento, embora ocasionalmente é dito que existem outros sobreviventes.

Apesar de toda sua força, essas raças tinham uma importante falha em comum: faltava-lhes flexibilidade. E isto provou ser fatal na guerra contra os implacáveis inimigos que enfrentavam. Aqueles que não foram aniquilados cederam às tentações de Zathroth. Mais de um ancião caiu pelas astutas promessas de Zathroth de poder e conhecimento, e diz a lenda que os irados deuses anciões puniram brutalmente muitos deles por sua traição. Existe até uma persistente teoria de que alguns desses anciões mais tarde foram transformados pelo desonesto Zathroth nos primeiros demons. Seja como for, todos os anciões falharam em viver de acordo com as expectativas de seus criadores: Um a um eles foram subjugados pelo inimigo, e as hordas ainda caminhavam pelo mundo. Mas os deuses anciões haviam aprendido com seus erros. Sua próxima criação teria de ser bem adequada para a tarefa. E eles os chamaram de humanos.


A Criação dos Humanos

A força da nova raça humana e o aparecimento das vocações


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Então aconteceu que os deuses anciões criaram Banor, o Guerreiro Divino. Ele foi o primeiro humano, embora seus criadores lhe tivessem dado poderes que nenhum outro membro de sua raça poderia ser capaz de igualar, ele já exibia muitas características que claramente o revelava como humano. Desde esse dia ele é especialmente reverenciado como um ideal de cortesia e bravura por aqueles que se dedicam a arte do combate corpo-a-corpo, porque ele era justo e bravo em batalha, e sua destreza com a lâmina é lendária até os dias atuais. A lenda diz que os deuses também planejavam criar um irmão gêmeo para Banor, e esse gêmeo empunharia incríveis poderes mágicos. No entanto, dizem que Zathroth roubou este protótipo para criar dele o primeiro Demon Overlord. Qualquer que seja a verdade, o fato de que os humanos haviam adentrado o mundo de Tibia não podia mais ser ignorado. E apesar de suas muitas fraquezas eram uma raça corajosa e inteligente, e se adaptaram surpreendentemente bem ao sombrio mundo ao qual os deuses os lançaram. Os humanos assumiram a luta contra os mortos-vivos e as várias outras desprezíveis criaturas que vagavam pela terra, e logo as hordas perceberam que um novo e poderoso inimigo havia surgido. Muitas batalhas ferozes e sangrentas foram travadas, mas Banor, um líder valente e perspicaz, liderou seu povo de vitória a vitória. Ainda assim, esses triunfos eram frequentemente pagos com pesados sacrifícios, e a totalidade de inimigos que os humanos tinham de enfrentar era esmagador. Os deuses fizeram tudo que podiam para ajudar sua nova raça campeã em sua luta. Uman introduziu a raça nas artes arcanas da magia, e muitos humanos seguiram sua vocação para se tornar poderosos feiticeiros. Outros foram instruídos por Crunor, o Senhor das Árvores, para aprender sobre os segredos da vida, e eles se tornaram druids e aprenderam como curar seus irmãos feridos na guerra contra os implacáveis inimigos. De todos os humanos foram eles (os druids) que aprenderam mais sobre os segredos da vida, e de fato alguns deles ajudaram Crunor a criar muitas das criaturas que povoam Tibia hoje. Mas muitas de suas criações foram logo exterminadas no decorrer da cruel batalha. E a guerra permanecia.

Banor estabeleceu uma forte base na terra, e ele consolidou seu governo fundando uma dinastia. Ele casou-se com Kirana, a mais nobre de todas as mulheres, e ela lhe deu Elane, que por fim veio a dominar ambas as artes de combate à distância e a arte arcana da magia, tornando-se assim a matriarca dos nobres paladinos. Desde esse dia a posição de líder de todos os paladinos deve apenas ser preenchida apenas por uma mulher, e essas que assim o fazem invariavelmente adotam o nome honorário de Elane. Mais tarde Elane lutou lado a lado com seu pai, porque Banor, que de fato era um semideus, deveria viver por muitos séculos. Mas mesmo isto não ajudou a virar a maré. Os guerreiros humanos triunfavam aonde quer que Banor os liderasse, mas então o poderoso campeão humano não poderia estar em todo lugar, e os exércitos humanos que entravam em batalhas sem ele eram frequentemente derrotados pelas hordas negras.


Renovação do Tibia

A implantação dos Portais das Almas, a aliança das criaturas e o aparente equilíbrio na terra


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Finalmente, Banor voltou-se aos deuses para que o ajudassem, e eles responderam as suas preces. Novamente foi o sempre engenhoso Uman quem encontrou uma solução, uma solução que foi possível porque ele havia feito uma surpreendente descoberta: ele descobriu que além da estrutura da existência havia outras dimensões, planos distantes nos quais deuses anciões ainda não detinham poderes. Entretanto, Uman encontrou um modo de estabelecer uma conexão com esses planos alternativos de existência, e depois de muitas experiências ele aprendeu que era possível conjurar almas de criaturas vivas desses planos. Quando trazidas a Tibia essas almas podiam ser moldadas na forma humana, formando os campeões de que a raça humana desesperadamente precisava. Esta, então, foi a resposta aos problemas da humanidade, e foi colocado imediatamente em prática. Os deuses implantaram uma série de portais mágicos em Tibia, portais que logo ficaram conhecidos como Portais das Almas. Através destes portais um fluxo constante de heróis veio ao mundo, guerreiros humanos que eram tanto habilidosos como corajosos, e com a ajuda desses campeões as abomináveis hordas foram lenta mas seguramente empurradas para trás. Finalmente parecia que a ordem seria restaurada. As coisas pareciam mais brilhantes para a raça humana do que fora por um longo tempo. Os poderes aliados dos heróis e humanos avançaram mais e mais no território inimigo, e as hordas negras pareciam estar à margem da derrota total. Mas, infelizmente! Aqueles que acreditaram que as antigas raças seriam agora varridas da face de Tibia foram um pouco precipitados, porque algo inesperado aconteceu. Confrontados com o poder aparentemente esmagador dos exércitos humanos, as antigas raças fizeram o que por muito tempo fora impensável: eles assinaram uma trégua. Dragões, orcs, mortos-vivos e todas essas outras raças que lutaram entre si por tanto tempo subitamente pararam de atacar umas as outras e concentraram-se na guerra contra a raça humana. E assim aconteceu que novamente as coisas viraram para o pior. Mesmo que seus inimigos não confiassem uns nos outros a ponto de formar uma aliança plausível, o simples fato de pararem de lutar uns com os outros colocou a raça humana em uma situação muito precária. Logo seus avanços hesitaram, e uma vez mais eles foram forçados a tomar a defensiva.

Os exércitos humanos decidiram retirar-se para suas cidades fortificadas para recomeçar a guerra dali, mas novamente eles fizeram uma surpreendente descoberta. Desta vez, pela primeira vez na história, os inimigos dos humanos não os perseguiram para continuar a luta. Muitos ficaram intrigados com isso, pois não era fácil entender o porquê de as hordas agirem desse modo. Uma teoria comum seria de que as tensões e desconfianças mútuas entre as raças antigas era muito forte para que combinassem suas forças em uma campanha sustentável, e alguns até afirmavam que eles haviam começado a guerrear entre si novamente. Outros sugeriram que as raças antigas esgotaram-se ao longo de muitas guerras, enquanto outros ainda insinuavam que talvez um equilíbrio houvesse sido alcançado, um estado em que cada lado sentia que poderia viver assim. Seja qual for a razão, um período de inquieta mas fundamentalmente estável paz seguiu-se, e assim é até hoje. Pela primeira vez o conturbado mundo teve um alívio da incessante matança que o assolou por muito tempo.

Os humanos aproveitaram-se bem dessa oportunidade. Sob a sábia orientação dos reis Thaianos, que são descendentes diretos de Banor, a raça está vivendo uma era de ouro. As artes e as ciências prosperam, e uma cidade próspera foi fundada. Sinceramente, a expansão humana tem encontrado ferozes resistências, e de fato os intrépidos heróis que ainda entram nesse mundo pelos misteriosos Portais das Almas estão ocupados o bastante lutando com as ameaças constantes postadas por todos os tipos de criaturas hostis.

Mas por longo tempo a paz permaneceu, e sob essa proteção a raça humana finalmente firmou-se como a espécie dominante em Tibia. Entretanto, existem inquietantes sinais de que essa gloriosa era pode estar lentamente chegando ao fim. Pelos antigos inimigos nunca terem sido dominados, e agora parece que eles estão crescendo e crescendo de maneira inquieta. Os ferozes orcs estão agitados mais uma vez, atacando acampamentos humanos e algumas vezes mesmo cidades maiores em ataques cruéis e bem coordenados. Os mortos-vivos começaram novamente a andar pela terra, enraizando o medo no coração dos vivos. Existem até mesmo desconcertantes relatórios de que terríveis dragões que estavam adormecidos por séculos estavam novamente deixando seus covis escondidos para oprimir. Pior que tudo, os humanos, essa curiosa raça, começaram a brigar entre si, e mais de uma vez essas tensões levaram a conflitos armados. No decorrer do tempo, alguns humanos até renunciaram o governo dos reis Thaianos e fundaram suas próprias cidades e impérios.

Pode ser que esta seja ainda outra das manobras maléficas de Zathroth. É bem conhecido que seus mais diabólicos subordinados, os horrendos demons, estão à espreita nas sombras, aguardando sua vez. Quem sabe? Talvez Tibia esteja à beira de uma outra guerra cataclísmica, e um novo crepúsculo irá cair sobre o mundo. Apenas o Destino conhece o que o futuro tem guardado para Tibia. Vamos todos esperar e orar para que a união dos humanos não quebre justamente quando for mais necessária.

Apocalipse - segundo Paladios

A Renúncia dos Anciões

O abandono de Fardos, a separação de Uman e Zathroth

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Os planos dos Deuses falharam, nenhum deles sabia ao certo onde erraram, mas sabiam que ao longo dos anos uma fraqueza veio se proliferando em seus corpos celestes, uma fadiga que era alimentada pelos esforços contínuos na luta contra as artemanhas de Zathroth e sua persistencia em trazer o caos e o tormento à cria de seus semelhantes. Fardos e Uman então esvaneceram aos poucos, acreditava-se que a exaustão intensa os fizeram desaparecer no vazio, nenhuma prece mais era atendida na terra de Tibia e os humanos sentiram-se pela primeira vez desamparados e abandonados pelos seus criadores. A principio Uman não conseguia se distanciar de Zathroth por isso o primeiro a desaparecer foi Fardos, mas Kirok o louco, Deus que surgiu de uma tentativa fracassada de separar Uman e Zathroth tinha uma idéia, e Uman o ajudou, primeiro Uman repartiu Kirok em dois e em seguida fez com que suas metades grudassem uma delas em Uman e a outra em Zathroth fazendo com que o vínculo deles fosse mascarado, como se eles estivessem sempre presente pois Kirok detinha a mesma essência deles.

Uman então desaparece no vazio e abandona seu congênito, Zathroth ainda sentia a presença de Uman devido à mediação de Kirok e por isso não se manifestou em relação à seu desaparecimento e não foi procurá-lo no vazio. Fafnar ouviu a lamentação de Fardos como um eco vagante do infinito mas até então não tinha se dado conta do desaparecimento dos Deuses anciões, e isso à fez se indagar o que poderia ter acontecido pois até então Uman e Fardos se manifestavam cuidadosamente e em silêncio e não davam parecer do que faziam aos Deuses Elementais e seus outros filhos certas medidas eram preventivas no processo de criação contra às corrupções de Zathroth.







O Cataclismo Celestial

A lamentação dos elementos, o fim da vida

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Fafnar então em uma tentativa de reconciliação parou de correr pelos céus e encarou seu irmão pela primeira vez, porém Suon não esperava tal reação e a atingiu com tanta força que uma onda de calor dizimou os humanos e a maioria das criaturas vivas de tibia. isso deu início a uma era de fogo no qual somente as mais horrendas criaturas de Zathroth e Brog conseguiam sobreviver às circunstâncias do impacto. porém nem essas se safariam das Ira dos Deuses.

Todas as criaturas pacíficas de Crunor e as aranhas de Nornur também viraram pó o que os fizeram se enfurecer, escurecendo todo o céu de Tibia. Nornur criou uma torrente tão feroz que mesmo éterea picotava até o mais denso dos diamante pulverizando todos os dragões e criaturas do ar enquanto Crunor fez Tibia tremer com tal intensidade e magnitude que buracos engoliram todas as criaturas terrestres remanecentes. A terra cuspia fogo tanto na superfície quanto no fundo dos oceanos, isso fez Bastesh chorar tanto que suas lágrimas fizeram Sula se comportar de uma forma agressiva jamais vista antes, ondas enormes cobriam cidades e Sula se tornou hostíl para os que a habitavam, os habitantes da agua foram os ultimos seres à padecerem no cataclismo celestial. Bastesh fez Sula inundar completamente a superfície de Tibia tornando-a em um oceano escuro e de morte...

O céu estava escuro, o ar impuro e intragável, a terra e a vegetação afogada, e os corpos boiavam sobre a superficie... dragões, demônios, orcs, humanos, elfos lado a lado pela primeira vez. Toth e Urgith sobrecarregados abandonaram seus postos e muitas almas foram perdida no tormento da eterna escuridão, Toth morreu de esgotamento ao se esforçar levando o máximo de almas que conseguira para paz eterna e Urgith percebeu que era inviviável ressucitar os mortos pois eles não tinham mais objetivos. O mesmo acontecera com Zathroth ao ver a catastofre perdendo o controle.. Zathroth se deu conta que Uman e Fardos eram a lenha que acendia sua motivação, mesmo que como oposição e por conta disso, sem objetivo pela primeira vez chorou escondido no vazio.




Conflitos Terrenos

O Destinos dos Deuses e a guerra final entre as divindades

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Após o fim da vida comum e da calamidade dos Deuses Elementais deu-se inicio a guerra final entre as demais divindades, os únicos sobreviventes foram os que possuiam dádiva divina e eles entraram em guerra entre si.

Entre os sobreviventes haviam os Paladinos Celestiais, Deuses dos elfos, Durin, Deus dos anões, Chyll, Deus dos barbaros, Kong, The Giant Ape, deus dos Macacos, Basilisk, the Great Snake, Deus dos lagartos, Pandor, Krunus, Uzroth, Fasuon Deuses dos primitivos, Qjell Deus dos deeplings, Banor, o primeiro humano, Gharsharak o primeiro Dragão, Brog, Deus dos ciclopes e eles travaram batalhas eternas enquanto Xayepocax o Deus esquecido não se encontrava em Tibia e pouco se sabia o paradeiro de Variphor entre os Deuses não havia mais compreensão a imagem da terra devastada despertava sangue nos olhos deles e um a um eles se mataram. Ao lado de Zathroth só havia Brog e Gharsharak e mesmo ganhando em poder perdiam em número, entretanto a batalha foi justa e duradoura. O campo de batalha é sula, de horizonte à horizonte e Brog inicia a guerra enforcando Chyll até a morte os outros Deuses por um momento ficam pálidos e em choque com sua frieza porém em seguida avançam em direção a Brog que saca a lendária Magic Long Sword que com um ataque elimina os 4 Deuses primitivos. Gharsharak com uma bola de fogo destrói grande parte dos Paladinos Celestiais, e deixa Qjell com ferimentos mortais, Brog então sumona a ordem do Ruthless Seven que conseguem decaptar Banor, o primeiro e ultimo humano. Gharsharak faz uma enorme onda de fogo que finaliza o restos dos Paladinos Celestiais e Qjell a onda de fogo atinge Basilisk que rapidamente troca de pele e permanece ileso. então Basilisk avança contra Gharsharak e com sua calda o imobiliza deixando-o vulnerável em combate, Kong logo percebe isso e avança distruindo sua Mandibula a fim de impedi-lo de soltar mais rajadas de fogo devastador e o acaba aniquilando sufocado com o próprio sangue. Visto isso Brog foge da batalha correndo e Durin lança seu machado cravando nas costas de Brog fazendo com que os Ruthless Seven desaparecessem.. Quando Durin buscou seu machado viu uma fumaça roxa saindo do corpo de Brog, Em seguida uma forma Étherea de Variphor aparece debochando dos Deuses de Tibia. Durin tentara o acertar com o machado mas era como atacar ao vento, nenhum tipo de ataque físico era capaz de acertá-lo, Basilisk dispara uma rajada de veneno que também não surte efeito e Variphor adentra o corpo de Kong que puxa o rabo de Basilisk que estava com a guarda baixa e o parte em dois então Durin Encanta seu machado com um Trovão e crava no peito de Kong que possuia imensa resistencia física mas o trovão esquentou tanto a lâmina que fez o golpe perfurar a musculatura rígida de Kong que em seu ultimo suspiro que quebra o pescoço Durin, os dois de joelhos caem e deixam Sula os levarem.


Fim dos Tempos

O Tormento de Zathroth e o reaparecimento de Tibiasula

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Muito tempo se passou e onde havia tudo não havia mais nada, O dilúvio de Sula sobre Tibia fez o silêncio perdurar para sempre e Zathroth ficou preso no solidão e silêncio eterno.

Kirok observava Zathroth agonizando com a dor da solidão éos após éos mas calado permaneceu, havia feito um voto de silêncio à Uman e assim o fez, apesar de louco e excêntrico ele manteve sua palavra. Preso no tormento da solidão infinita Zathroth pega sua adaga e a crava em seu próprio peito, estranhamente ele não morre.. isso o deixara confuso e mais aflito ainda fazendo o lembrar de Tibiasula. A memória de Tibiasula fez com que Zathroth se recordasse da sua participação na criação da coluna do tempo. e então ele percebe que este é o fim dos tempos e que era isso que ele procurou desde o inicio.. então ele teve uma longa reflexão, primeiro a adaga não o matou, e mal o feriu... lembrou que Tibiasula em seu aparente leito de morte foi fundida na coluna do tempo com um grande poder de Uman e Fardos desconhecido por ele até então, e por fim que ele não à viu sendo sugada para o vácuo do vazio e sim mesclada com a criação do tempo então percebe o que os outros Deuses ainda não havia notado.. Tibiasula sempre esteve viva e aprisionada na sua própria criação, mesmo sem entender ainda a que propósito isso foi feito a solidão de Zathroth era tão imensa que colocou todas as suas forças para extrair as três vertebras do tempo reagrupa-las tornando passado presente e futuro em um, todo o projeto de criação instantâneamente desaparece e Tibiasula ressurge de um grande feixe de luz.. Zathroth fica mudo e Tibiasula abre um sorriso imenso ao vê-lo.







O Jogo de Kirok

O retorno dos anciões e a descoberta de Kirok

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O feixe de luz foi tão forte serviu como um farol guiando Uman e Fardos devolta do vacuo enfim os Deuses anciões estavam todos reunídos novamente. Kirok cedeu seu lugar devolta a Uman e os Deuses replanejaram todo o projeto de vida, cessaram seu trabalho durante anos, hoje, mais maduros dialogavam e discutiam maneiras de atender o desejo de todos os Para o próximo projeto, Fardos e Uman já tinham idéia dos limites da coluna do tempo e Zathroth tinha conhecido a o devastador poder da solidão e a desorientação de não ter mais objetivo e Tibiasula detinha um enorme conhecimento sobre o tempo por ter feito parte dele durante incontáveis éos. Kirok era louco e com sua natureza conturbada inventava passa-tempos para quebrar o tédio do vazio agora que só haviam os ânciões novamente o silêncio era ruim para sua mente distorcida e em um de suas idéias loucas de distração resolveu pediu para que Tibiasula reconstruisse uma fração da coluna do tempo para que ele pudesse praticar sua ciência e quem sabe bolar um plano para a próxima criação, e assim ela o fêz, dessa vez Tibiasula detinha poder e conhecimento suficiente para recriar uma fração temporal sem precisar abdicar de sua existência e assim explicou para os outros Deuses como o tempo funcionava para que também pudessem praticar.

Dentro da fração temporal Kirok percebeu que seu pensamento era linear, diferente do vazio onde os pensamentos uma explosão sem direção, assim ele entendeu como os humanos raciocinavam e os admirou.. e então ele resolveu reviver Toth e acordar Urgith para tirar mais dúvidas, descobriu que as almas de Toth estão seguras em um paraíso astral onde só dormem sem sonhar e descobriu que as almas de Urgith também estão seguras porém em um inferno de dor e perdição. Kirok tem um surto de alegria ao saber que as almas estavam preservadas mesmo após a quebra da coluna do tempo principal, isso o fez ter uma nova idéia, tentou inumeras vezes recriar os elementos mas essa não era uma tarefa fácil.. falhando constante resolveu novamente pedir ajuda para Tibiasula a qual o ajudou novamente sem questionar, à ele deu quatro fios de cabelos e pediu que ele os levassem para a fração temporal, lá cada fio de cabelo se tornou um Massive Elemental para que Kirok pudesse estudar suas essências e assim ele conseguiu reproduzir os elementais dentro da fração temporal criando terras habitáveis no meio do nada.. mas ainda não significava nada, então Kirok resolve procurar nos vestígios da antiga coluna do tempo a natureza como ela era, em meio à mão dos dwarfs, em meio à mão dos elfos e humanos, copiando e colando registros da era de Tibia na nova fração temporal em que brincava com suas expêriencias.. Kirok estava ficando intrigado com o progresso, visto que tinha a criatividade de Uman em sua essência mas seu trabalho ainda não estava completo.. Kirok então pede ajuda a Fardos para conhecer a complexidade da vida, assim ele novamente foi à coluna quebrada do tempo e copiou e colou as Lendas do Tibia, seres vivos ou mortos-vivos que iam desde Criaturas Místicas à Heróis cujo o poder sobressaía a de qualquer outro. mas ainda sim era difícil controlá-los por que o livre-arbítrio ja era algo que fazia parte da criação da vida Kirok desiste. Uman percebe que a natureza maluca de Kirok está em crise e decide ajudá-lo então Kirok explica o que está tentando atingir com essa fração temporal e Uman lhe dá a dica de usar os portais da almas para controlá-los assim como faziam antigamente com os heróis humanos. Então Kirok víncula os heróis que passam pelos portais das almas às lendas antigas Tibianas e essas lendas aos Deuses e os chamam para testar. Kirok havia percebido que a chave para o fim do bem ou do mal não era a predominancia de um sobre o outro e sim o balanceamento das forças no tempo que duram. A criação agradou todos os Deuses, primeiro à Zathroth porque tinha caos, guerra e desordem, e em seguida à Fardos porque era constante e sempre haveria algo novo para criar, à Uman porque testaria as capacidades de seu intelecto e a Tibiasula era uma possibilidade dela finalmente conhecer os lendários guerreiros que habitaram Tibia durante sua ausência.